domingo, 6 de dezembro de 2020

O ameaçado encanto dos mercadinhos de Natal

Feira de Natal, Frankfurt
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Eles nos afastavam da banalidade comercial que se apropriou da magna festa cristã.

Neles triunfava o sorriso sobrenatural do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo que enchia de alegria suave e de aconchego as praças de cidades e aldeias, de palácios e choupanas da Idade Média.

A tradição, embora deformada, pervive até hoje, mas está ameaçada com sofismas.

Trata-se das feiras de Natal que ainda dominavam em cidades alemãs, austríacas, alsacianas, etc., na Europa.

Elas constituíam um eco saudoso, requintado em épocas posteriores, do Natal medieval.

Cheiro de ervas, amêndoas torradas, vinho, cravo, canela, incenso e resina de pinheiro.

Enfeites natalinos que falavam não ao corpo mas à alma nos faziamm reviver as profundas alegrias da infância.



Bremen
Alegrias que a festa do nascimento do Menino Jesus reaviva em toda alma reta.

Luz de vela, utensílios de madeira: tudo relembra o aspecto material rude da Gruta de Belém.

Ao mesmo tempo, parece ecoar a insondável luz sobrenatural da graça, do cântico dos anjos, da alegria ingênua e enlevada dos pastores, do maravilhamento entusiasmado dos Reis do Oriente diante do Menino Deus.

As feiras de Natal da Alemanha começavam no Advento, período litúrgico tradicional das quatro semanas antes do Natal.

Dresde erigia uma “pirâmide” de Natal de 14 metros de altura que não é outra coisa senão um bolo de frutas típico (Christstollen), pesando quatro toneladas.

Nuremberg
A mais antiga feira, porém, é a de Nuremberg.

A de Colônia, muito famosa, na realidade é só de 1820.

Mas como que querendo estabelecer uma ligação com o imponderável da Idade Média a cidade tem seis feiras natalinas, uma delas ao lado de sua catedral gótica, a maior da Alemanha.

Em Augsburgo, a especialidade é o pão de mel. Lá, o imenso pinheiro de Natal fica pequenino ao lado das torres da igreja, que medem 150 metros.

Em dezembro, cerca de dois milhões de pessoas deveriam passar pela feira natalina a respirar uma pontinha do charme medieval que nelas paira impalpavelmente.

Passau

Quanto mais autênticas, mais queriam se parecer com os mercados medievais. Podia se encontrar um porco sendo assado em um espeto de madeira, pessoas com roupas longas, sapatos de couro de ovelha e chapéus de uma outra era.

E se alguém perguntava, a resposta é uma só: o Sr., a Sra. está em um mercado de Natal medieval.

Iluminados por fogueiras acessas no chão ao invés da chata moderna lâmpada, o cheiro de madeira queimada dominava o local.

Mergulhadas num ambiente que fala de fé e lógica, as pessoas compravam artigos forjados no fogo, como facas e utensílios de cozinha.

Em Siegburg, um grupo de saltimbancos-trovadores anunciava o fim da feira todos os dias, com um show de fogo e instrumentos medievais.

Hoje, com pretexto de pandemia, tenta se extingui-las. Na verdade é uma tentativa suprema contra a voz de Cristo que se faz ouvir nessa magnífica festa, harmoniosamente decorada com espírito medieval.





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